O futebol e seus (des)caminhos

Reiteradas vezes tenho afirmado que o futebol não tem e não aceita verdades absolutas. Não sendo uma ciência exata, como alguns pregam, ele está sempre sujeito a variáveis que podem levar suas oscilações ao extremo.
Certa feita, acompanhando o saudoso presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Pádua Peixoto Filho à uma homenagem que recebeu, em Belém, e onde palestrou sobre o futebol catarinense, fui questionado pela imprensa local sobre o momento que vivíamos.
Era o melhor deles, com quatro clubes na Série A. Tentei explicar exatamente com a minha tese. Tinha clubes financeiramente fortes, fora da elite e outros, com escassos recursos, na Série A. O futebol é assim. Muitas vezes a falta do dinheiro é compensada com uma administração inteligente, austera. Em outras, o excesso de recursos provoca exageros em contratações e descaminhos administrativos. O resultado todo mundo sabe.
É difícil encontrar o ponto de equilíbrio, que fica mais distante ainda quando os já citados descaminhos administrativos afloram.
+ Agora mesmo estamos vivendo um momento especial no futebol brasileiro com a consentida e necessária formação de uma Liga para gerir os destinos dos clubes. Mas na prática a realidade é bem diferente. Os clubes não se entendem e o que parecia ser uma solução, ainda está longe disso. A briga de vaidades e de arrogância de alguns dirigentes, atravessa no caminho uma barreira ainda intransponível.
+ E será que a grana toda anunciada para distribuir entre os clubes vai ser usada para a formação de equipes fortes, de administrações sustentáveis ou apenas para espanar a poeira das vetustas cabeças de alguns dirigentes? Sei, não!
+ Nesse episódio da formação da(s) Liga(s) é preciso reconhecer um nome que desapareceu do noticiário e não está sendo devidamente valorizado. Trata-se de Francisco José Battistotti, ex-presidente do Avaí e presidente da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF). Foram dele algumas importantes iniciativas e articulações para juntar os chamados emergentes ao bolo distribuído aos grandes.
+ Justa a revolta do pessoal do Futsal pela exclusão da modalidade dos Jogos da Juventude, em setembro, na cidade paulista de Ribeirão Preto. Mesmo não sendo uma modalidade Olímpica o Futsal é uma das forças nacionais em nível internacional e merece um pouco mais de atenção.

+ Está ratificado o nome do ex-deputado Bruno Souza como Diretor Presidente da Fesporte. Vou esperar pela reação da comunidade esportiva, como as federações estaduais, os comendadores e os dirigentes municipais. Esperava, e o governador tinha falado nisso, ver alguém do meio dirigindo o esporte, mas isso nem sempre resolve. Quem está saindo, que é do esporte, fez uma administração vexaminosa. Como sempre faço, antes de opinar vou esperar pelas ações do novo comandante, especialmente a formação da sua equipe, ponto principal para nortear uma boa administração.
Foto/divulgação: (dirigentes de clubes na reunião da Futebol Forte)