Antes tarde do que nunca.

Não sei se por iniciativa própria ou pela pressão dos resultados, mas o presidente do Avaí, Júlio César Heerdt resolveu agir diferente do que que vinha fazendo, alterando a estrutura administrativa do futebol no seu clube. A troca das peças responsáveis pelas contratações e pela montagem e manutenção do futebol, demoraram. Se antes os culpados eras os treinadores, parece que a direção azurra chegou à conclusão de que não só os técnicos erraram ou que muito mais gente errou bem mais do que os treinadores. É só garimpar relatórios disponíveis no clube – e parece que eles estão sempre longe da visão de quem deveria avaliar – para conhecer a realidade da formação de uma base que deveria ser sólida e promissora, mas acabou sucumbindo diante da sua fragilidade técnica e administrativa.
Ainda é tempo para a recuperação dentro do Campeonato Brasileiro da Série B, mesmo que o ano do Centenário já esteja altamente prejudicado.
Diferente do que diz o escritor Milan Kundera em seu livro “A insustentável Leveza do Ser” de que “quando a paixão se manifesta não é conveniente que a razão faça restrições no futebol – como em muitas outras atividades da vida – muitas vezes é melhor aplicar a razão, mesmo que em prejuízo da paixão.
A tela da segundona.
Me pareceu positiva a primeira jornada de transmissões do Campeonato Catarinense de Futebol na Série B, a chamada Segunda Divisão. A Federação Catarinense de Futebol está fazendo um esforço – o que é louvável – para inserir as imagens da sua competição em transmissões alternativas. Ganham os clubes, com uma maior projeção da sua marca, parceiros comerciais, atletas e todos os envolvidos na cadeia esportiva. Sem contar alguns veículos de comunicação que podem ampliar seus conteúdos a partir das imagens ao vivo.
A Série C.
Não sei se o pensamento da FCF é o mesmo para a Série C, que já tem o seu Congresso Técnico determinado para o próximo dia 31, às 15h30min na sede da entidade em Balneário Camboriú, mas seria interessante a mesma medida. Afinal a nossa pirâmide de cobertura esportiva só contempla a primeira divisão. As demais, só se sobrar um tempo e aí a movimentação fica restrita ao interesse de cada cidade com o seu clube.
O chororô dos clubes.
Nova convocação da Seleção Brasileira de Futebol e novos choros dos clubes que cedem seus jogadores. Nunca consegui entender direito esta manifestação de chororô. Como estar na seleção é uma valorização profissional para o atleta e comercial para o seu clube, a convocação deveria ser sempre festejada, mas isso só acontece quando se trata da lista final para a Copa do Mundo. Mas se a CBF não convoca, os clubes acabam se fazendo de vítimas e esquecidos.
Sem ondas.
Algumas ondas (felizmente) passam no futebol. O tal do “Dinismo” ou “Dinizismo”, numa referência ao técnico do Fluminense Fernando Diniz e o “Ramonismo” criado pela torcida do Vasco na passagem do Ramon Menezes pelo clube, já se esvaziaram. Espero que ele não se enraíze na seleção brasileira onde o ex-treinador do Vasco está dando as cartas.
O tropeço português.
Se nós jornalistas temos deveres a cumprir num estádio de futebol, e devemos cumpri-los obedecendo as regras determinadas pela organização de cada evento, é preciso que os nossos direitos sejam respeitados. É o mínimo que se espera do processo democrático. O excelente técnico do Palmeiras, o português Abel Ferreira, de quem sou admirador, pisou na bola quando sacou das mãos do repórter e produtor Pedro Spinelli (Sistema Globo) o celular com o qual ele estava gravando uma discussão do supervisor palmeirense Anderson Barros com integrantes da arbitragem após o jogo com o Atlético Mineiro, no Mineirão.
As justificativas de que não sabia que se tratava de um jornalista, não devem ser aceitas. Muito menos as de que o repórter estava invadindo a privacidade do jogo. Nada disso. Ali (zona mista) é uma área exatamente para o trabalho da imprensa. Se alguém estava invadindo o espaço era exatamente o supervisor do clube.