Novo presidente, novos desafios!
RAZÃO OU PAIXÃO?
Nos tempos atuais o futebol vive um dilema: ser administrado com paixão, ou com razão? Eis a dúvida.
A partir do momento em que o seu desenvolvimento começou a afastar a popularização, com a entrada dos negócios como seu produto final, o mais popular esporte do país iniciou um processo sem volta: os dirigentes terão que encontrar meios de administrá-lo separando a paixão do torcedor, da razão do investidor. Evidente que no gerenciamento disso o melhor é conciliar – enquanto possível – o equilíbrio da dosagem entre ambos. Mas o caminho final será inevitável. Quem quiser crescer, terá que aumentar a dose da razão em prejuízo da velha e raiz paixão. Lembram daquele tempo em que os dirigentes eram amadores, os jogadores levavam seus uniformes para lavar em casa, iam de carona para os jogos e tinham vergonha depois de uma derrota? Não existe mais.
Para não me alongar, dou um exemplo bem recente. Em situação indefinida no Campeonato Brasileiro, o São Paulo abdicou do direito de jogar quatro partidas diante da sua apaixonada torcida, para ganhar alguns milhões de reais com o aluguel do seu estádio. Outros clubes, como Palmeiras, já fizeram isso. O torcedor? Que se vire como desejar ou puder.
Para os dirigentes, definitivamente a paixão, já era. Esse negócio de priorizar o torcedor, é pura falácia.
Algumas razões
Quem comanda um clube tem uma série de motivos para assumir a razão. O futebol está cada dia mais absurdamente caro, os torcedores se afastam dos estádios após um resultado negativo, a grande maioria troca os produtos (como camisas) oficiais por falsificados e quando se associam, pensam primeiro no quanto vão economizar, dividindo o valor da mensalidade pelo benefício do número de jogos.
Hoje, eles representam um percentual ínfimo na arrecadação de um clube.
O carteiraço
Ainda dentro do assunto, poucos sabem o que é administrar uma bilheteria ou um portão de acesso de um estádio. Gente que nunca ajudou o futebol, ou os que nele formam suas finanças, sem cerimônias tentam dar o tradicional e popular ‘carteiraço´. E não são os mais necessitados. Basta ser um jogo razoável que eles, em dezenas, se acham no direito de não pagar ingresso e ainda querem lugar de destaque.
Derrota inoportuna
A Chapecoense perdeu quando não poderia perder. Ao ser surpreendentemente derrotada em casa, pelo América MG, por 1 a 0, dificultou o seu já festejado acesso. Com o anunciado público de 19.313 pagantes na Arena Condá superlotada, o verdão tropeçou e deslizou na classificação. Agora é o quarto. Mas ainda dá.
Em busca da glória
Tem quem apenas dispute um campeonato, mas tem quem lute por ele com forças desconhecidas. É o caso do Remo. O clube paraense, de olho no acesso e ainda sonhando com o título da Série B, fretou um avião para ir de Belém a Novo Horizonte (SP) e de lá para Florianópolis, onde joga com o Avaí somente no sábado (15), mas já chegou no domingo (9). Está concentrado num hotel em Palhoça e treinando no CFT do Cambirela (Figueirense), na mesma cidade.
Sua maior vitória

Nem mesmo o título estadual de 2025, deve ter dado tanta alegria ao presidente do Avaí, Júlio César Heerdt, quanto a vitória da sua chapa na recente eleição administrativa do clube. A chapa 1 “Leão Campeão”, liderada por Bernardo Pessi representa a situação e assume a árdua tarefa de repor o clube no seu caminho de conquistas. Júlio Heerdt sairá aliviado pois, certamente, as cobranças de uma situação serão bem mais amenas do que as de uma oposição.
Relembrando…

O assunto mais polêmico e vulgar no atual futebol brasileiro, é a sua arbitragem. Os árbitros estão cada dia mais perdidos no cumprimento de uma missão que, ao que parece, não está sendo bem traçada. A grande maioria está se deixando levar pela pressão de dirigentes e jogadores. Diferente do que ocorria nos bons tempos de Dalmo Bozzano, nosso primeiro árbitro FIFA.
Com ele ninguém discutia.
