A ATRAÇÃO NO SCARPELLI

A atração de hoje no estádio Orlando Scarpelli deveria ser o Figueirense. Ou, quem sabe, também o adversário, o paraense Paysandu. Mas os dois estão caindo pelas tabelas no futebol nacional.

O Figueirense, com 45 pontos, recém escapou do rebaixamento para a Série C e o Paysandu não anda longe disso. Tem apenas 48 e também foi salvo recentemente da degola.

Os dois enfrentam problemas comuns no futebol: a falta de dinheiro. No Figueirense o fato foi agravado pela má administração de Wilfredo Brillinger que conseguiu deixar a administração na metade da temporada com R$ 85 milhões de dívidas, como anunciaram os novos “donos” do clube.

Se os dois protagonistas não representam um motivo mais forte para a torcida ir ao estádio (a não ser a paixão de um decadente grupo) restou para a CBF criar um fato novo para motivar a partida: a arbitragem.

Com a insignia da Fifa no peito, a paranaense Edna Alves Batista apitará seu primeiro jogo pela Série B. Será a primeira mulher na competição, desde o encerramento da carreira da ex-árbitra paulista Silvia Regina de Oliveira, em 2007.

Aliás, o trio será feminino tendo como auxiliares a catarinense Neusa Ines Back e a paulista Tatiana Sacilotti dos Santos Camargo, também do quadro da FIFA.

A escalação feminina não deveria ser uma exceção, mas uma regra no futebol brasileiro.

Fosse nosso sistema de preparação da arbitragem diferente, não dependendo apenas do esforço pessoal de cada um, tivéssemos nas federações (guardadas as exceções) uma dedicação profissional às arbitragens, o aproveitamento – e não só feminino – seria bem mais amplo.

Em Santa Catarina tivemos um agravante. Nossa maior estrela da arbitragem feminina Cleidy Mary dos Santos, foi sempre boicotada por sua federação e seu expressivo aproveitamento internacional teve que superar a permanente falta de apoio e até perseguição que sofreu de quem deveria apoiá-la.

Mesmo assim, Cleidy conquistou e honrou por 16 anos o escudo da FIFA, onde atuou em 13 torneios internacionais entre mundiais, Olimpíada de Sydney e sul-americanos, até a sua recente aposentadoria em dezembro de 2011 por conta de problema de saúde (hérnia de disco lombar e cervical).

Felizmente parece que os tempos estão mudando e a arbitragem feminina começa a ser respeitada e melhor aproveitada.

A ilustração abaixo tem dois momentos de Cleidy em atividade e o trio que trabalha hoje no Scarpelli.

À Cleidy, obrigado pelo que fez pelo futebol, ao trio, sorte hoje e sucesso sempre.

Cleidy Mary dos Santos
Cleidy Mary dos Santos

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