O ÁRBITRO DA DISCÓRDIA.

Apontado como a solução para os erros de arbitragens no futebol, o VAR (árbitro de vídeo) está em uso pela primeira vez numa Copa do Mundo de futebol. Mas a engenhoca, cujas regras de aplicação continuam sendo discutidas, está sendo encarado como um novo problema a ser administrado e ainda longe de ser uma solução definitiva para as dúvidas no futebol. O recente lance do jogo Brasil x Suíça que originou no empate suíço, com um gol onde o atacante suíço Zuber é denunciado por ter empurrado o zagueiro brasileiro Miranda, é a prova disso.

O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, não economiza críticas ao sistema de fiscalização à arbitragem, implantada pela Fifa e sonhada no Brasil para os nossos campeonatos nacionais. No lance específico do gol da Suíça, Blatter criticou o árbitro de campo por não ter consultado a tecnologia quando os técnicos na cabine do VAR apenas indicaram que ele deveria seguir o jogo, confirmando o gol de Zuber.

Apesar de entender que o uso da tecnologia no futebol pode ser uma “solução ideal” Blatter diz que o problema, tanto quanto dentro do campo, é a interpretação das jogadas. “Os árbitros no VAR são sempre diferentes e cada um tem uma maneira diferente de ver o futebol” completou o ex-presidente da Fifa, defendendo a idéia de que os árbitros no VAR deveriam ser os mesmos, para manter as decisões. No que não deixa de ter razão.

No meio das discussões a Fifa já deixou bem claro que o VAR não deve ser uma consulta constante. E não pode ser encarado como um debate permanente de interpretações por rádio. No entanto, pelo que foi mostrado até agora na Rússia, a tendência é que os árbitros marquem menos infrações – assistente então, nem se fala. É muito mais simples não marcar e depois ser avisado e rever para marcar, do que apontar um pênalti e depois desmarca-lo.

E enquanto as dúvidas persistem, o VAR que deveria ser uma solução, ainda é um instrumento de discórdia.

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